Jorge Vercillo é atualmente um dos principais compositores e intérpretes que fazem parte do primeiro escalão da MPB contemporânea. E nem faz conta disso. O artista recebeu a reportagem do JC como se estivesse recebendo amigos de longa data para, ao invés de conceder uma entrevista, bater papo sobre música e poesia. Simples assim.
O show apresentado no sábado, 11, no auditório Mário Covas, no Centro de Convenções, faz parte da turnê “Trem da Minha Vida”, que dá nome ao seu último cd gravado ao vivo no Canecão/RJ, onde o artista mostra maturidade musical e a força dos hits de sua carreira.
Sobre seu mais recente trabalho, Vercillo falou à reportagem que “Coroa um momento muito bom da carreira, pois o trabalho contou com várias parcerias como a da compositora Fátima Guedes e outros, e que está dando uma projeção muito abrangente e fazendo com que haja apresentações pelo País inteiro”. Sobre as músicas, o artista conta: “as composições nada mais são do que a minha própria identidade que eu tento inserir nas canções”.
Embalados por canções como “Encontro das Águas”, “Monalisa”, “Devaneio” e a surpresa no arranjo jazzístico de “Homem-Aranha”, o público dividiu-se entre a emoção e a diversão dançante das músicas.
Perguntado sobre o atual mercado fonográfico e a música independente divulgada na Internet, o artista conta que, desde os anos 80, auge da indústria fonográfica, a música independente vem lutando lado a lado com as grandes gravadoras e que “o artista é quem deve escolher o caminho a ser seguido, pois, a maioria das rádios toca a música dos artistas somente através de barganhas com as gravadoras, o que leva muitas vezes à criação de tendências negativas, descartando muitos talentos”, finaliza.
Ao final, a plateia entoou em uníssono os sucessos “Final Feliz” e “Que nem Maré”, que selaram uma inesquecível e emocionante noite.