Em entrevista para o Almanaque Gazeta, o locutor Gilles Sonsino e a radialista Renata Câmara conversaram com Jorge sobre os seus últimos trabalhos, o projeto “Extrato Físico” e de marcos em sua trajetória como artista.
Jorge Vercillo, 46, faz show nesta sexta (17) em São Paulo. A apresentação vem motivada pelos 20 anos de carreira, mas traz, além dos sucessos, novidades que ele solta aos poucos na internet.
"Extra Físico" é o nome do projeto, lançando músicas sem suporte físico. O cantor soltou em março, em seu canal no YouTube, "Talismã Sem Par", uma balada pop com levada de reggae.
Neste mês, a canção será "Silêncio na Favela", samba-funk com participação de Carlinhos Brown nos vocais e na percussão.
Lucas Soares/Divulgação
O cantor Jorge Vercillo em sessão de fotos no Rio
Cada música é oferecida na internet com clipe e "making of". Um documentário sobre a realização de "Extra Físico" e os 20 anos de carreira do cantor é preparado pelo Canal Brasil, onde Vercillo já produziu e apresentou algumas temporadas de "Compositores Unidos", programa de encontros de músicos de várias correntes da MPB.
A música seguinte do projeto é "Luzes que se Movem pelo Céu", uma parceria de Vercillo com o mineiro Flavio Venturini. A letra fala de avistamento de objetos voadores não identificados.
Depois, em junho, será a vez de "A Cegueira da Visão", que ele compôs com Pat Leonard, produtor e compositor americano responsáve pelos álbuns e singles mais populares de Madonna, lançados nos anos 1980 e 1990.
"Pat Leonard queria parceria com brasileiros. Eu tinha essa letra, sobre a ilusão da matéria", diz Vercillo à Folha, tomando café num shopping do Rio, cidade onde nasceu e mora com a família.
"Como sou estudante de bioenergia e projeção astral, já tive algumas experiências fora do corpo físico. Vejo isso como ciência, como um conhecimento que não é amplamente reconhecido. Existe uma ciência de vanguarda que já admite isso."
Vercillo trata esse trabalho como "um disco vivo". "É diferente de um CD, que está ali pronto, fechado, acabado. Se no mês que vem alguma coisa que aconteça inspirar uma canção, posso colocá-la imediatamente nesse projeto."
A base do show em São Paulo é sua enorme lista de sucessos, mas com arranjos diferentes. "Almejo a diversidade, busco me contrapor, me contradizer um pouco. Não aguentaria fazer um disco só de reggae ou só de sambas."
Vercillo deixa claro seu incômodo diante da indústria da música que insiste em dar a ele o rótulo de hitmaker, de quem faz canções "fáceis". "Eu vim da MPB, a rádio adulta é onde eu apareci. Ralei muito e algumas músicas minhas extrapolaram e foram para as rádios jovens, como 'Homem-Aranha', 'Que Nem Maré', 'Monalisa'."
Ele conta que Leila Pinheiro, "uma das cantoras mais herméticas e densas da MPB", mandou uma mensagem dizendo ter adorado a gravação que Belo fez de uma canção sua. "É um standard jazz, nada simples. E Belo canta muito bem."
Vercillo cita "Sensível Demais", uma de suas composições, que foi gravada por Christian & Ralf e também por Maria Bethânia. "Música não tem nada de colocar as pessoas numa prateleira."
JORGE VERCILLO
QUANDO sexta (17), às 22h
ONDE HSBC Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212
QUANTO de R$ 80 a R$ 240
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
