sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jorge Vercillo em Entrevista para o Jornal O POVO


26/04/2013 - 17h45
Fonte: www.opovo.com.br

Jorge Vercillo investe em novos temas e ritmos

Jorge Vercillo se apresenta no Dragão do Mar -  Edimar Soares












Trabalhando na mudança de rótulo de “cantor romântico”, Jorge Vercillo lança o projeto Luar do Sol. O cantor apresenta novo projeto neste sábado, 27, no Dragão do Mar.


Assim como a personagem da canção “Ela Une Todas As Coisas”, Jorge Vercillo também se propõe a ser união do mais variados temas. “Tenho músicas que agradam ao público adolescente, como ‘Homem Aranha’, músicas para o público mais oba oba, como ‘Monalisa’, tem para o público homossexual com ‘Avesso’ e ainda para o público mais conceitual e intelectual... são várias faces de um só trabalho”.


Com quase 20 anos de carreira e mais de dez discos lançados, Vercillo desembarca em Fortaleza para apresentar o show Luar do Sol, do seu novo CD e DVD. O repertório que será apresentado neste sábado, 27, na Praça Verde do Dragão do Mar privilegia canções menos radiofônicas do cantor. “Luar de Sol mostra justamente meu lado mais brasileiro e mais nordestino, como a própria música ‘Luar do Sol’, toada bem nordestina; e ‘Homem Grande’, gravada com participação do Fagner e que conta história de pai e filho que se encontram no Cariri”, diz Jorge.


O projeto Luar de Sol surgiu a partir de um convite do Canal Brasil para que Jorge participasse de um especial de TV gravado no Ceará. O cantor apresentou o show no Theatro José de Alencar em setembro de 2012 e o especial deu origem ao CD e DVD com participação de nomes, como, Paulo Façanha, Edinho Vilas-Boas e a dupla Ítalo e Renno. No Canal Brasil, o cantor também participa do programa Compositores Unidos, idealizado por ele e por Dudu Falcão, e que reúne músicos brasileiros de vários estilos. 


Entre os próximos planos de Vercillo, estão apresentações no Museu de Arte Moderna de Nova York, no segundo semestre de 2013, e shows em outras doze cidades norte-americanas. “O exterior é muito bacana, mas meu grande lance é tocar e viajar pelo Brasil. Me vejo como um ser universal, mas sem a necessidade de virar uma estrela internacional, pois, para isso, teria que violentar muito a minha música”.

Diversidade temática



Jorge Vercillo defende que sua música não precisa necessariamente falar de amor. “Eu fico muito incomodado quando falam que eu sou um cantor romântico, porque me nivelam a Fábio Junior, Roberto Carlos e Belo. Eles são grandes artistas, mas não tem nada a ver comigo.” Jorge investe agora em outros temas, que segundo ele, refletem melhor sua personalidade. “Eu sou um gozador, muito irreverente e estou o tempo todo transgredindo. Eu fiz um disco falando de Blavatsky que é tida como bruxa por muitos caretas, por exemplo, faço música falando de ET e falam que eu sou romântico”.


Apesar de fugir do rótulo romântico, Jorge continua compondo músicas que aborda o tema amor, trabalhado por ele de“várias maneiras diferentes”. O novo single “Face de Narciso”, que compõe a trilha sonora da novela Flor do Caribe, também fala de amor e, apesar de estar dentro de um projeto menos radiofônico, vem se destacando na grande mídia. “Apesar de tudo, as canções acabam sendo radiofônicas quando as pessoas assimilam e gostam. Eu vim agora de Salvador e lá ‘Face de Narciso’ está em segundo lugar nas rádios, a frente de muitas músicas do axé e do forró”.


Com músicas que falam de diversidade sexual, como “Avesso”, e religiosa, como “Verdade Oculta”, o cantor compra briga em defesa da liberdade de culto, credo e sexualidade. “Eu procuro bater muito de frente com esses dogmas mesquinhos e medíocres, pois a gente precisa se livrar e seguir o que Cristo verdadeiramente falava, ‘amai-vos uns aos outros’. Jorge crítica atuação de pastores, citando Marco Feliciano, e defende o livre-arbítrio para serem o que é. “Eu sou heterossexual, pai de dois meninos, e acredito que as pessoas já vêm prontas, com suas almas e escolhas, não é ninguém que influência em cima da sexualidade de ninguém”.


O cantor recebeu equipe do O POVO para entrevista em hotel que está hospedado em Fortaleza, segue abaixo trechos da entrevista com o cantor:
OP - Como começou sua relação com Fortaleza?

Jorge - Eu tocava no Rio e recebi a ligação de um jovem músico cearense chamado Paulo Façanha. Ele falou que era meu fã, tocava na noite minhas músicas, daí ele fez o contato para eu vir fazer um show em Fortaleza. Meu primeiro show foi para 200 pessoas, depois eu voltei e o público foi aumentando. Então, o Nordeste e, em especial, Fortaleza desde sempre foi muito importante para minha carreira.


OP - Em que momento você percebeu que era sucesso nacional?
Jorge - Descobri através das rádios, quando já tinha quatro músicas tocando em novela, mas ainda não tinha um público. Depois por meio de músicas como “Final Feliz”, “Que nem maré” e “Fênix" que me levaram também a fazer aqueles programas de televisão de grande mídia. Daí estourei também no Rio e São Paulo, pois já fazia sucesso no Nordeste. 



OP - A que você atribui o sucesso primeiro no Nordeste?
Jorge - Acho que pela musicalidade, por o Nordeste ser mais aberto a artistas novos. Também pelas músicas em novelas, a “Encontro das Águas” tocou em Mulheres de Areia, “Praia Nua” em Tropicaliente, agora com “Faces de Narciso”, em Flor do Caribe, é a décima sexta música como tema de novela.



OP - Como surgiu o projeto Luar do Sol?
Jorge - Fui convidado pelo Canal Brasil, já estava fazendo o sarau Compositores Unidos com o Dudu Falcão e a emissora me propôs fazer esse show no Ceará para um especial de TV com eles justamente na região onde eu comecei a fazer sucesso. Com queria um repertório mais específico, optei por não fazer em um lugar grande, então gravei no Theatro José de Alencar. Daí o especial de TV virou também um DVD que está sendo lançado em maio, mas já estamos na turnê dele. Luar de Sol mostra justamente meu lado mais brasileiro e mais nordestino, como a própria música ‘Luar do Sol’, toada bem nordestina; e ‘Homem Grande’, gravada com participação do Fagner e que conta história de pai e filho que se encontram no Cariri”.


OP - Como é o trabalho em Compositores Unidos?
Jorge - Surgiu de Dudu Falcão e ele vem reunindo artistas nos estúdios. O programa junta tanto pessoas novas como pessoas que já fazem um trabalho bacana há um tempo. Daí o Canal Brasil comprou essa ideia para levar grandes nomes, como João Bosco e Milton Nascimento, Tico Santa Cruz, que é do rock, Jorge Aragão que é do samba. Tá sendo um êxito, mas ninguém está ganhando dinheiro com o projeto, tá todo mundo trabalhando por amor e tá valendo muito à pena. Eu o Dudu não somos apresentadores, somo anfitriões que estão ali na sala, tocando e conversando com os amigos.



OP – Você tem investido em músicas com temas mais profundos, não é? 
Jorge - “Eu fico muito incomodado quando falam que eu sou um cantor romântico, porque me nivelam a Fábio Junior, Roberto Carlos e Belo. Eu adoro esses cantores, eles são grandes artistas, mas não tem nada a ver comigo. Eu sou um sacana, sou um gozador, sou irreverente, eu estou o tempo todo transgredindo. Eu fiz um disco falando de Blavatsky que é tida como bruxa por muitos caretas, fiz há 10 anos a música ‘Avesso” que fala de uma relação homossexual, eu faço música falando de ET e nego fala que eu sou romântico, acho que o pessoal está muito desatento”. 



OP - Qual o seu diferencial para, mesmo com músicas “mais inteligentes”, conseguir espaço na grande mídia?
Jorge - Talvez a maneira de eu relatar as coisas traz uma estética. Eu sou um amante da beleza, tem um lirismo. A doçura das melodias, talvez até isso passe para as pessoas esse tal romantismo. Mas que não é um romantismo popularesco e sim um romantismo lírico. Também tem o lado das músicas dançantes, como “Que Nem Maré” e “Monalisa”, que fazem parte da minha influência Disco e da música pop. Tudo isso facilita, acho que existe o Jorge Vercillo de músicas dançantes e o Jorge das baladas românticas. 



OP - Religião é um tema que vem nas suas canções, qual sua relação com as religiões?

Jorge - Geralmente eu não abordo religiões. Eu posso até citar, mas eu tento abordar espiritualidade. Uma coisa é fato, nós somos muito mais do que matéria e desde a primeira vez que tive uma experiência de projeção astral, que eu me vi fora do meu corpo enquanto eu estava dormindo e através disso veio meu envolvimento com a realidade extraterrestre, que traz muita sabedoria através de canalização de energia.


OP – Como é sua relação com essas outras espiritualidades?


Jorge - Nós precisamos estar preparados para chegada de seres humanoides com uma origem reptiliana, logo isso vai ser aceito pela ciência. É impossível que nesse universo da terceira dimensão, nós estejamos sozinhos aqui. A gente ainda não percebeu que tem muitas vidas em outras dimensões. Muitas religiões, na maioria, vem manipular a informação e a consciência das pessoas. Existem esse imbecis que se dizem pastores evangélicos que maltratam seus fiéis, que são de uma doçura e de uma fé com Cristo tão bonita, que eu vejo um crime de estelionato com eles. Eu procuro bater muito de frente com esses dogmas mesquinhos e medíocres que a gente precisa se livrar para seguir o que Cristo falava, “amai-vos uns aos outros”.



Serviço - Show de Jorge Vercillo
Onde: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (R. Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)
Ingressos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia) - R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)
Info.: 3488 8600

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