sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reportagem no "O GLobo" Sobre o DVD "Trem da minha vida"

Foto:Washington Possato

Jorge Vercillo lança CD e DVD para celebrar as pazes com a crítica

Publicada em 03/04/2009 às 08h24m

Christina Fuscaldo


RIO - "Todos nós somos um" foi um divisor de águas na carreira de Jorge Vercillo. Sempre atacado pela crítica especializada, com este álbum de 2007, o cantor e compositor conseguiu ser visto com outros olhos. Foi depois de ler elogios a seu trabalho pela primeira vez em mais de 15 anos de carreira que Vercillo decidiu celebrar o sucesso do disco, dando sobrevida às músicas de seu repertório, regravando-as no CD/DVD "Trem da minha vida". A faixa-título do projeto que acaba de ser lançado pela EMI, é a única inédita deste novo trabalho.

- Esse disco foi muito importante para mim porque ele teve a melhor crítica até hoje. A imprensa apontou como meu melhor disco. Até Antônio Carlos Miguel (crítico de O Globo) falou bem. Vários jornais falaram bem. Talvez por ser mais brasileiro, com ijexá, xote, baião, mas sem perder a verve da minha criatividade - diz Vercillo, que no início da carreira foi chamado de "genérico de Djavan".

A participação no projeto "Coisa de Jorge" - que, em 2006, reuniu quatro Jorges (Vercilo, Aragão, Ben Jor e Mautner) em show, disco e DVD - mexeu com as influências de Vercillo. Tanto que, de lá, ele trouxe duas músicas para "Trem da minha vida": "Líder dos templários" e "São Jorges". Esta última tem participação de Serginho Moah, vocalista da banda Papas da Língua.

- O projeto me aproximou muito da música brasileira. Fizemos ijexás, cantei "Maracatu atômico" e o hino de São Jorge... Mas, fora isso, nos últimos tempos, tive contato com muita gente interessante. Compus com Marcos Valle, esbarrei com o Guinga... Talvez a imprensa tenha se surpreendido com esse lado meu - comenta o cantor, que encabeça uma curiosa união de músicos, o Compositores Unidos (C.U.), da qual participam Luiza Possi, João Suplicy, Dudu Falcão e Jota Maranhão (os dois participam no DVD,inclusive).

A mudança de banda também colaborou para que Vercillo encontrasse uma nova sonoridade para sua música, perceptível em "Ela une todas as coisas" e "Homem-Aranha" . Esta última ganhou um novo arranjo, com elementos do jazz.

- Eu queria mudar a banda, porque sentia que precisava de renovação. Minha banda antiga era maravilhosa. Foi doloroso, mas tive que formar uma nova família. "Devaneio", que tocou na novela "Negócio da China", virou uma balada jazzística. Ela chamou a atenção de muita gente do meio musical. Tem piano e baixo acústicos e flugelhorn (instrumento de sopro) a la Chet Baker. Não encerrei uma fase da carreira, apenas adicionei elementos a ela.

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