quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Entrevista na Alpha FM - Jorge Vercillo

Postado por: Jeniffer Arruda às 30/11/2011 19:10

O cantor veio ao estúdio da Alpha FM para divulgar seu mais recente álbum “Como diria Blavatsky”.

O título do álbum é uma homenagem à escritora russa do século XIX, Helena Blavatsky.

Confira a entrevista no link abaixo:  (O play para ouvir a entrevista está logo abaixo da foto)
 
 
http://alphafm.com.br/podcast_detalhes.aspx?id_not=96

Vercillo amanhã no Vídeo Show!!

Amanhã no Vídeo Show, às 13:30, terá uma matéria muito interessante com o Jorge Vercillo. 



Não é a primeira vez que ele apresenta seu CD no programa, dia 23/09/2011 ele falou sobre a gravação de "Como Diria Blavatsky". Se você perdeu eis o vídeo:

 http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1639508-7822-VIDEO+SHOW+NEWS++JORGE+VERCILLO+ESTA+GRAVANDO+NOVO+CD,00.html

Fonte: Produção Jorge Vercillo
Foto de Paula Mariah - Salvador BA

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Concorra a ingressos - A tarde FM


Jau e Jorge Vercillo

Jau e Jorge Vercillo
No dia 26 de novembro, a partir das 22h, no Bahia Café Hall, acontece um super show com os cantores Jau e Jorge Vercillo.
A TARDE fm oferece convites deste grande show e ainda vai levar os vencedores e seus acompanhantes para conhecer o cantor Jorge Vercillo.

Para participar basta responder a afirmação: Faça uma declaração de amor usando a
expressão "sensível demais" e convença a Rádio A TARDE fm a te levar para conhecer
Jorge Vercilo e assistir ao show de Jau e Jorge. É necessário dizer o horário em que você ouviu Jorge Vercillo em nossa programação.

Confira condições no nosso regulamento.

Participe! E não esqueça de ser bastante criativo em sua resposta! 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Jorge Vercillo em Niterói!!

O cantor e compositor Jorge Vercillo faz show de lançamento do CD "Como diria Blavatsky", no Bar do Meio, em Niterói - RJ. No repertório do show, canções como “Sensível demais” e “Memória do prazer”.
Bar do Meio
Quinta-feira, dia 15 de dezembro às 22h
Av. Almirante Tamandaré, 810 - Piratininga - Niterói
Informações: 2619-2505


Para concorrer a convites, acesse o link abaixo ou concorra via SMS enviando uma mensagem de texto para 49810 com a palavra MPB seguida da palavra VERCILLO. (A tarifa do sms é de R$0,31 + impostos).

Entrevista para O Bahia Notícias Jorge Vercillo

Terça, 22 de Novembro de 2011 - 16:15

por Karen Monteiro

O cantor Jorge Vercillo retorna a Salvador pela terceira vez em 2011, desta vez para se apresentar no Projeto Sintonia Musical, no dia 26 de novembro, no Bahia Café Hall. Antes da apresentação, na qual lançará na cidade o seu mais recente trabalho, o CD “Como Diria Blavatsky”, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Bahia Notícias. Na conversa, o artista falou sobre a sua ligação íntima com a Bahia, local que frequentou durante a infância, e que na juventude teve sensível colaboração para sua formação musical. “Fui passar umas férias em Salvador, ainda adolescente, e me levaram no Festival de Arembepe, onde Gilberto Gil apresentou pela primeira vez a música ‘Tempo Rei’. Vi show do Pepeu Gomes, do Morais Moreira, A Cor do Som. Essa geração dos anos 80, 70 da MPB baiana me influenciou muito”, revelou. Entretanto, ao falar sobre a contribuição que o alagoano Djavan teve em seu trabalho, diz ser coisa do passado, assunto vencido. “Isso era uma referência inicial que agora não acontece mais, não existe mais. Eu não falo mais sobre esse assunto”.
Bahia Notícias - Já é a terceira vez que você se apresenta em Salvador este ano...
Jorge Vercillo - Sim, é verdade, mas agora é outra fase. O que acontece é que eu estou lançando um disco novo agora, o “Como Diria Blavatsky”, e o Festival de Verão, e a apresentação em abril, foram no final da última turnê, do disco DNA.

BN - Você não tem medo de enjoar da cidade e dos fãs daqui?
JV - De maneira alguma, até porque se eu vou para Salvador é porque as pessoas pedem. Se eu estou aí pela terceira vez é porque o público e os contratantes procuram, é um reflexo de uma demanda.

BN - Como é a sua relação com os fãs baianos?
JV - É maravilhosa. Eu tenho uma ligação muito mágica com o público baiano. Minha avó era baiana, eu tenho vários ídolos baianos como Caetano, Gil, Pepeu Gomes, Morais Moreira, Gal Costa. Isso cria uma empatia.

BN - Você vem a Salvador também para divulgar seu mais recente trabalho, o CD “Como diria Blavastky”. Como foi o processo de criação do disco?
JV - Foi natural. Eu tenho pela primeira vez um disco com três sambas: “Ventou-Ventou”, “Invictor”, que eu fiz para o meu filho mais novo, e “Faixa de Gaza”. Temos também três músicas dedicadas ao rock, que é “Eu Quero a Verdade”, “Me Leve a Sério” e “Distante”, que é uma balada rock. Isso acaba apresentando uma novidade, mas o resto do repertório traz a minha assinatura, aquela verve que as pessoas já conhecem.

BN - Você contou que a sua avó é baiana. Fale um pouco da sua relação com a Bahia.
JV - Tenho vários amigos aí. Tenho parceiros musicais, como o Jota Veloso. Nós fizemos uma música, “O Que Eu Não Conheço”, que a Maria Bethânia regravou no disco passado dela. Fizemos outra música sobre a festa de Iemanjá, “A Festa dos Jangadeiros”, que será gravada pela Claudia Leitte. O Netinho também já gravou uma música minha há algum tempo.

BN - Você já tem 15 anos de carreira, nove discos e três DVDs lançados, além de uma carreira sólida no mercado. O que falta mais conquistar na carreira?
JV - Cada momento o compositor está em busca de uma ideia nova, de uma melodia nova. Então, não é só uma questão de conquistar, é questão de refletir o que chega pra você da vida, de inspiração. Acho que a cada momento é uma batalha nova, cada disco é uma conquista nova. A carreira artística é uma coisa que requer muito empenho, muito amadurecimento. Eu amadureci por mais de dez anos até conseguir minhas primeiras oportunidades. Eu acho que esse tempo todo acabou trazendo mais densidade ao trabalho. Mais importante do que a oportunidade é o tempo que você tem de amadurecimento.
BN - Você sempre quis ser músico?
JV - Quando eu era menino sonhava em ser jogador de futebol. Uma das vezes que estive em Salvador, fui almoçar no Restaurante da Dadá. Todo mundo almoçando e eu sumi, fui para a areia jogar bola com os meninos. Em Salvador as pessoas chamam de baba, não é? [risos] Hoje, pra mim, o futebol é um hobby maravilhoso.

BN - Como foi que você começou a pensar em seguir a carreira artística?
JV - A minha tia era cantora e começou a perceber uma sensibilidade musical em mim e me propôs aulas de violão. Eu topei, e comecei a estudar, comecei a gostar dos discos que meu irmão ouvia como Gonzaguinha, Milton Nascimento, Steve Wonder, Caetano. Fui passar umas férias em Salvador, ainda adolescente, e me levaram no Festival de Arembepe, onde Gilberto Gil apresentou pela primeira vez a música “Tempo Rei”. Vi show do Pepeu Gomes, do Morais Moreira, A Cor do Som. Essa geração dos anos 80, 70 da MPB baiana me influenciou muito.

BN - Aqui na Bahia costuma-se dizer que Claudia Leitte imita Ivete Sangalo, ainda que o trabalho das duas seja bastante diverso. O mesmo acontece com relação ao seu trabalho e ao de Djavan...
JV - Não, isso era uma referência inicial que agora não acontece mais, não existe mais. Eu não falo mais sobre esse assunto.

BN - Já tem algum projeto novo em mente? De disco ou gravação de DVD?
JV - Eu estou rodando o Brasil com esse show. Fiz no Rio, Aracaju, Natal, Recife. Esse show do “Como Diria Blavaski” traz um repertório novo e os sucessos antigos. As pessoas estão pedindo muito outras músicas deste disco novo, que ainda são inéditas e não fazem parte do repertório. Então, eu tive que tirar alguns sucessos antigos para colocar músicas novas. É uma coisa muito curiosa. Hoje em dia, com essa interação da internet, as pessoas ficam sabendo o que estão a fim de ouvir. Acho bem bacana essa interação proporcionada pela internet. Eu não tenho Facebook, mas estou no Twitter e converso com as pessoas. Eu fico muito contente com isso. O compositor está sempre lambendo a cria mais nova, sempre curtindo apresentar as músicas mais novas. Uma coisa bacana é que no ano que vem eu pretendo voltar ao Teatro Castro Alves para levar meu show com cenário e iluminação completa, fazer um segundo lançamento.
BN - Como surgiu essa parceria com Jau, a oportunidade dos dois cantarem juntos no mesmo evento?
JV - Na verdade, não é uma parceria em si. Eu já conheço o trabalho dele, e gosto muito. Acredito que a recíproca é verdadeira também. Eu vou fazer o meu show, depois Jau entra para fechar o evento. O que acho ótimo, inclusive. Eu não gosto muito de fechar noite. Essa responsabilidade vai ficar com ele e eu tenho certeza que Jau vai dar conta. A proposta surgiu da Coca-Cola, que promove o evento.

BN - Na sua opinião, o que tem de bom atualmente no cenário musical brasileiro?
JV - Tem muita coisa boa. A Maria Gadú pra mim é uma das maiores revelações. Canta muito bem, é muito melódica. Tem também o Chico Pinheiro, que é um cara muito bom, e o Jota Veloso. Tem aparecido muitas cantoras, né? Eu acho que muitas delas boas e outras em estado de evolução. Eu tenho sentido falta de mais espaço para os cantores-compositores, como Marcelo Jeneci. O Zé Ricardo, daqui do Rio de Janeiro, que é muito bom. Eu acho que talento musical não falta no Brasil, o que falta é espaço e oportunidade.

BN - Qual o recado que você deixa para os fãs que estão aguardando pelo show do dia 26 no Bahia Café Hall?
JV - Eu estou muito feliz de voltar pra essa cidade maravilhosa. Sugiro que eles mandem mensagem para o Facebook, para o Twitter dizendo o que eles querem ouvir no show. Independentemente de qualquer coisa, vai ser uma noite maravilhosa. Eu vou dar tudo de mim para rolar essa interação de energia que a música promove.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Concorra a ingressos para show de Vercillo em Salvador

Promoção 1:Quer ganhar ingressos para curtir o show de Jorge Vercillo? Siga o @Correio24Horas no Twitter e participe da promoção enviando um email para concorra@correio24horas.com.br respondendo a pergunta "Por que você deve ganhar ingressos para curtir o show de Jorge Vercillo?". Não esqueça que no corpo do email devem constar RG, nome completo e telefone para contato. 



SERVIÇO:
O que: Show Jau e Jorge Vercillo
Quando: 26 de novembro (sábado)
Onde: Bahia Café Hall
Hora: 22h
Abertura dos Portões: 21h30
Vendas: Ticketmix
Classificação: 16 anos
Informações: 3332-0614
Realização – Íris Produções

Ping e Pong no Correio da Bahia - Jorge Vercillo

 

TELMA ALVARENGA


Coluna Vip: Em bate papo, Jorge Vercillo revela que jogaria futebol se não fosse cantor

20.11.2011 | Atualizado em 20.11.2011 - 12:12

A paixão pela música é antiga. Mas não foi a primeira. Na infância, Jorge Vercillo gostava mesmo era de bater uma bola. Chegou a jogar na categoria infantil do time de futebol do Flamengo. Com 15 anos, deixou o esporte de lado. Incentivado por uma tia cantora, Lêda Barbosa, começou a se apresentar em bares do Rio. Não parou mais. Já vendeu mais de 1,5 milhão de CDs e DVDs.
Suas composições foram gravadas por cantores como Ana Carolina, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Danilo Caymmi, Pedro Mariano, Jorge Aragão e Peri Ribeiro. Sete delas foram parar em trilhas sonoras de novelas da Globo. Entre elas,  Memória do Prazer, tema de Amália (Sophie Charlotte) e Rafael (Marco Pigossi), em Fina Estampa, trama das 21h da emissora. O cantor e compositor carioca estará em Salvador no próximo sábado, dia 26. Ele se apresenta no Bahia Café Hall, no projeto Sintonia Musical, comandado por Jau.

SER VIP É...
Ser educado com as pessoas

PERFUME
Perfume de mulher

SHAMPOO
Com menos química possível

CABELEIREIRO
Qualquer um que respeite o seu pedido e não saia tosando, demasiadamente, o cabelo de ninguém

JÁ FEZ PLÁSTICA?
Não. Mas faria se algo em meu corpo me incomodasse... 

UMA PESSOA ELEGANTE...
A atriz Fernanda Montenegro. Pelo talento e carisma.

CHATO É AQUELE QUE...
Finge que não percebe que está alugando ou incomodando o outro

AMAR É...
Querer o melhor para o outro, mesmo que, em alguns casos, isso não inclua você

SER SEXY É...
São necessários vários quesitos. Mas, além da beleza, felicidade é fundamental. 

SONHO DE CONSUMO
Conseguir ter uma projeção astral lúcida, para viajar pela Terra e pelo espaço 

UMA LEMBRANÇA INESQUECÍVEL
Nadar comos golfinhos em Curaçao (no Caribe)

MAIOR QUALIDADE
Teimosia

MAIOR DEFEITO
Teimosia

O QUE FARIA SE GANHASSE NA MEGA-SENA?
Realizaria os sonhos e as necessidades de muita gente

UM CANTOR (OU CANTORA)
Stevie Wonder

UM ATOR (OU ATRIZ)
Dustin Hoffman

QUE LIVRO ESTÁ LENDO?
Os Exilados de Capela, de Edgard Armond 

O MELHOR DE SALVADOR
As praias são maravilhosas, mas o povo é ainda melhor

O PIOR DE SALVADOR
O populismo 

O MELHOR LUGAR DO MUNDO
Dentro de nós mesmos e da pessoa amada

O QUE MAIS IRRITA VOCÊ?
Hipocrisia e mediocridade

O QUE MAIS FAZ VOCÊ FELIZ?
A vida

UMA SUPERSTIÇÃO
Não tenho

TEM RELIGIÃO?

Atualmente, busco demais o entendimento da espiritualidade. Mas já me libertei do medo e da culpa que muitas religiões impõem.

UM FILME INESQUECÍVEL
As Pontes de Madison

SE NÃO FOSSE CANTOR SERIA...
Jogador de futebol

UMA SAUDADE
De minhas avós

PARA QUEM VOCÊ DARIA NOTA 10?
Para Julian Assange (jornalista australiano fundador do site WikiLeaks)

E PARA QUEM DARIA NOTA ZERO?
Para George W. Bush

UM MEDO
Virar mais um refém do medo, quando envelhecer 

UM ARREPENDIMENTO
Não dou oportunidade para arrependimentos

UM MOTIVO DE ORGULHO
Meus filhos, minha família e minha carreira musical

Entrevista para Tribuna da Bahia - Jorge Vercillo


'A música foi feita para unir as pessoas' JV

Publicada: 21/11/2011 00:57| Atualizada: 21/11/2011 11:14

Por Carolina Parada

Da teosofia de Helena Blavatsky à poesia de Jorge Vercillo, se passaram três séculos. Mas, nem mesmo 300 anos foram capazes de impedir esse encontro da música com a espiritualidade e filosofia condensado pelo artista no seu 9º álbum, intitulado ‘Como diria Blavatsky’, recém-lançado pelo selo próprio Leve. Além das canções românticas, que marcam a carreira do carioca, sambas e rocks fazem a diferença neste novo trabalho, que será lançado em Salvador no próximo dia 26, às 21 horas, no Bahia Café Hall. Confira a entrevista exclusiva do cantor à Tribuna.

Tribuna da Bahia – Para começar nossa conversa, o que diria Blavatsky que nós precisamos saber?
Jorge Vercillo – O que diria Blavatsky é que todos nós somos um. Essa frase, título de um disco passado meu, que é uma frase na verdade budista. Blavatsky era uma escritora russa e foi uma das primeiras pessoas a tentar mergulhar na espiritualidade humana sem necessariamente estar atrelada a nenhum dogma religioso específico. E a música ‘Como diria Blavatsky’, como fala de busca interior, eu acabei por batizar o disco com o nome dela. 
 
TB- Esse álbum, além de trazer esse momento de reflexão, traz uma composição com sua esposa, Gabriela Vercillo, é o primeiro pelo seu selo, o que tem de mais novidade nesse trabalho?
JV- É um disco que traz algumas novidades. Tem três sambas, o que é uma novidade se tratando de um disco meu, tem também três músicas ligadas ao rock, e que acaba trazendo novidades além dessa diversidade musical, que tem jazz, MPB, pop, balada, e já é normal nos meus trabalhos. 
 
TB- Você sempre fez questão de se desprender de rótulos. Você acha mesmo que a música não tem fronteira?
 JV- Isso é apenas reflexo da diversidade musical e cultural que existe no Brasil. Isso é único e tem que ser valorizado pela gente.
 
TB- A música Faixa de Gaza tem uma mensagem fantástica e é uma resposta muito superior a um episódio lamentável (o cantor foi vaiado durante uma participação no show comemorativo dos 70 anos de Jorge Mautner). Fale mais um pouco do que te fez compor essa canção.
JV- É exatamente isso. É interessante o que você está colocando, porque na verdade a letra de Faixa de Gaza, ela não é contra ninguém especificamente, mas é contra esse tipo de pensamento cartesiano, pragmático, pensamento que gera o racismo. Ao mesmo tempo têm pessoas assim com raça, têm pessoas que são muito pragmáticas e muito preconceituosas dentro da cultura e da música. E a música foi feita para unir as pessoas, o que é uma contradição. Ainda têm células nazistas na Alemanha, existe intolerância por toda parte, e é por isso que o Brasil é considerado essa grande amálgama do mundo, do futuro, essa mistura que deu certo e precisamos ir iluminando a cabeça desses que ainda pensam diferente. É um trabalho árduo! E a resposta é essa mesma, como eu disse na música: “pra quem vê de cima, existe uma só tribo e se você olhar por dentro é o nosso medo que faz o inimigo”.
 
  
TB- Esse álbum é o primeiro no seu selo, o Leve. Qual é a sua expectativa?
JV- Essa minha decisão foi para me tornar um artista maior e não um artista menor. Eu não estou lançando um disco de forma independente, eu tenho um selo, eu tenho uma gravadora, onde, proporcionalmente, eu tenho uma estrutura maior que eu tinha na Sony, porque as estrutura da Sony, da EMI, são bacanas, mas têm que atender a 30, 40 produtos. A minha estrutura só atende a mim e ao Kid Abelha, que é outro produto que divide o escritório com meu empresário. Então, é uma estrutura muito superior em nível de força de trabalho, de agilidade, de dinamismo. Eu estou muito contente com isto, mas, no entanto, eu torço muito para as gravadoras – eu sou muito grato a Sony, muito grato a EMI – que a gente consiga estabelecer uma regra para o download ser remunerado, download barato, ao mesmo tempo fácil para as pessoas. Acho que com isso, a médio longo prazo, as gravadoras vão voltar a ter poder de divulgação, poder financeiro para poder investir nos trabalhos de novos artistas.  
 
TB- E por falar em ser um artista maior, desde que você começou a cantar em barzinhos já se vão 22 anos. Hoje, qual é o seu maior desafio como artista?
 JV- Cada disco é um desafio. Cada disco você coloca ideias novas, músicas novas, crias, filhas novas no mundo, e você tem o desafio de levar isso para o mundo, de propagar essas ideias para as pessoas. Então, é um desafio novo. Eu, pelo meu temperamento, não tenho essa de ficar com o boi na sombra do que eu já construí não. Eu ainda tenho muito para construir na minha vida, dentro da música e sempre em busca de novos desafios.
 
TB- Quais são os artistas que você ouve?
 
JV- Eu ouço de tudo. Atualmente eu estou ouvindo o CD novo de Chico Buarque, que eu acho que é fantástico, genial. Músicas como Querido Diário, Essa Pequena, músicas maravilhosas, estou adorando o disco do Chico.
 
TB- E qual sua expectativa de trazer o show novo para Salvador?
JV- Ah, tocar em Salvador é sempre muito bom. Estive na cidade no início do ano, no Festival de Verão, e estou voltando com o novo show e o interessante é que o repertório mistura as músicas do disco novo com os meus antigos sucessos. Só que as pessoas têm pedido tanto as músicas novas, o disco novo está sendo tão bem recebido pelo meu público, que em muitas cidades eu me vi obrigado a tirar uma música antiga para colocar uma música nova, como foi o caso de Invictor, o samba que eu fiz para meu filho mais novo, o Victor, e as pessoas começaram a pedir, assim como Nos Espelhos, Distante... E eu me sinto muito envaidecido, porque o compositor está sempre lambendo as crias mais novas.
 
TB- Bom, para finalizar, o público está ansioso pelo show e já iniciou a contagem regressiva. Então, deixa um recado para seus fãs aqui de Salvador e de todo estado. 
 JV- Eu quero deixar um grande abraço e dizer que eu também estou superansioso para cantar nesta ilustre capital baiana, que é uma referência para todo Brasil. E quero aproveitar para pedir que as pessoas venham através da internet, do facebook, twitter, a sugerir as músicas do novo disco que querem ouvir, para a gente montar um repertório especial. Espero vocês!
 
Publicada: 21/11/2011 00:57| Atualizada: 21/11/2011 11:14

Entrevista no iBahia.com - Jorge Vercillo

"Se pudesse, faria show todo mês em Salvador", diz Jorge Vercillo

O músico carioca lança seu novo disco "Como diria Blavastky" no Bahia Café Hall, do dia 26 de novembro.



Cantor, compositor e violonista, Jorge Vercillo é um dos grandes nomes da MPB dos últimos tempos. Com mais de 1,5 milhão de CDs e DVDs vendidos em cerca de 15 anos de carreira, o cantor desembarca em Salvador no dia 26 de novembro, para o show de lançamento do seu mais novo CD "Como diria Blavastky", no Bahia Café Hall, na Paralela. A festa ainda conta com o show do cantor Jau que animará o público com seus grandes sucessos: "Topo do Mundo", "Um Amor que eu sinto por você" e "Amar é bom", entre outros.

Em entrevista ao iBahia, o cantor falou sobre o novo trabalho, a música 'Memória do Prazer', que faz parte do seu 11º CD e está na trilha sonora da novela Fina Estampa, e sua relação com a Bahia que, para ele, é muito especial. "Se eu pudesse, faria show todo mês em Salvador. É contagiante a energia do povo baiano! Estou ansioso para apresentar meu novo show à Bahia", revela.
Jorge também falou do cantor Jau e afirmou gostar muito do trabalho que ele realiza. "Ele é um cara super bacana e traz músicas que caem no gosto do povo. Fiquei muito feliz quando soube que iria abrir o seu show, é uma honra!", ressalta.

O novo CD - Segundo Jorge Vercillo, o "Como diria Blavastky" é inspirado numa obra de Helena Blavatsky, filósofa russa que fundou a moderna "teosofia". O termo vem de duas palavras gregas: "Theos" ("Deus") e "Sophos" ("Sabedoria"). "Ele traz uma mistura de ritmos que é raridade em meus trabalhos: três sambas e três canções com influências do rock e pop rock", revela.

Memória do Prazer - A canção "Memória do Prazer", que foi feita em parceria com a mulher Gabriela, é a 12ª música de Vercillo a entrar em uma novela. A canção é o tema do casal Amália e Rafael (Sofie Charlotte e Marco Pigossi) em Fina Estampa. "A canção tem tudo a ver com a história dos dois, que é muito polêmica e gera uma expectativa maior do público. Sou muito grato as novelas da Globo, que buscam música de qualidade para compor as trilhas sonoras, como as canções de Toninho Horta.

G1 entrevista Jorge Vercillo

Fonte: Globo.com

'O pensamento nazista musical não deve prosseguir', diz Jorge Vercillo

Braulio Lorentz Do G1, em São Paulo

O cantor Jorge Vercillo (Foto: Divulgação) 
O cantor Jorge Vercillo (Foto: Divulgação)
 
"Como diria Blavatsky", novo disco do carioca Jorge Vercillo, tem 14 músicas. Entre uma homenagem ao filho mais novo ("Invictor"), uma parceria com a mulher ("Memória do prazer") e uma regravação ("Sensível demais", composta por ele, mas famosa com Christian & Ralf), uma canção se destaca.
"Faixa de Gaza" toma como ponto de partida vaias que ele levou em show no Circo Voador, no Rio, quando tocou com Jorge Mautner, no início deste ano. "Escrevi para os nazistas da música, que são cartesianos, aristotélicos", conta ao G1. "Fiz para os jornalistas que são xiitas. Eles pensam que têm que colocar os estilos separados na prateleira. Eles não têm o menor conhecimento musical, conhecem cinco ou seis bandinhas de rock e se acham conhecedores." Leia a entrevista:

G1 - Você compôs 'Memória do prazer' com sua mulher Gabriela. Qual a diferença de compor com ela?
Jorge Vercillo - Não foi planejado. Foi casual. Eu estava tentando botar letra em uma melodia que já existia. Ela começou a sugerir palavras e percebi que se tornou uma parceria. Estamos casados e apaixonados há mais de 12 anos e com certeza pode dar outros frutos, além do Vinícius e Victor. Tenho um samba em homenagem a ele no disco, "Invictor".

G1 - O que te fez regravar 'Sensível demais' depois de tanto tempo?
Vercillo - Eu estava em uma rádio no interior de São Paulo. O locutor falou que eu era um cantor chique, que só tocava em rádio de MPB sofisticada. Ele perguntou "por que você não regrava essa música aqui?" Era a versão de Chrystian e Ralf para "Sensível demais". Eu tinha me esquecido que a música era minha. A [Maria] Bethânia também regravou. Pensei que estava na hora de dar a minha versão para a música, com vocais e violões de aço.

G1 - 'Faixa de Gaza' foi escrita a partir de episódio no Circo Voador, no Rio, quando você foi vaiado em show do Jorge Mautner. Foi algo que incomodou tanto assim?
Vercillo - Aquilo não me incomodou. Não ouvimos a vaia. Não foi generalizado, foram três jovens alcoolizados. Não fiz a música para eles. Existe um preconceito velado. Escrevi para os nazistas da música, que são cartesianos, aristotélicos. Fiz para os jornalistas que são xiitas. Eles pensam que têm que colocar os estilos separados na prateleira. Eles não têm o menor conhecimento musical, conhecem cinco ou seis bandinhas de rock e se acham conhecedores. Eles têm poder de veto. Isso é perigoso para a música. Não falo contra os roqueiros. Existem roqueiros como o Bono, que usam a atitude do rock em prol de um mundo melhor.

  G1 - Mas você não depende de críticas, de jornais, de ser hypado ou não para vender discos, ser tocado na novela, fazer shows. Por mais que essa questão seja importante, ela não te afeta. Por que, então, escrever sobre esse assunto?
Vercillo - O eu não existe e nunca existiu. Quando eu ocupo o espaço no disco por alguma coisa, por mais que seja pessoal, não tem um reflexo maior em mim. Falo por todos. Grande parte da MPB é vetada de alguns veículos de comunicação porque não são hypados, não tem um perfil roqueiro. Ou barbudinho. Eu não tenho nada contra quem tem esse perfil. Acho o Marcelo Camelo um grande compositor. Mas quem é esse editor de jornal ou produtor de programa de TV para levar em conta o gosto pessoal para falar de algo? Influencia negativamente a música. Eu já vi porcarias gravadas por aí que tem uma roupagem de rock e samba. Vendem conceito e a mídia endeusa. O pensamento nazista musical não deve prosseguir. Se gosta de conceito, vai fazer moda e deixa a música em paz.
 
G1 - Quando você fala dos barbudinhos, é gente como Camelo, Jeneci, Criolo?
Vercillo -
Jeneci é ótimo... Tem um trabalho bacana. Uma das minhas alegrias é saber que está pintando um novo cantautor. Diziam que era o único que tinha por aí. Mas tem Pedro Mariano, Zé Ricardo. Moska e Lenine são anteriores. O Lenine ficou 20 anos amadurecendo para ter espaço. Existem muitas cantoras, muitas com talento e outras que não estão prontas. Para mim, o grande talento feminino dos últimos anos é a Maria Gadú. Sinto que há algumas ainda em estado de evolução. Eu fiquei 15 anos sem espaço, na prateleira. Quando aconteceu, veio uma enxurrada de obra.

G1 - Na música, você fala de tribos. De qual tribo você acredita fazer parte? E qual a tribo que te trata como 'bastardo', como você canta?
Vercillo -
[Risos] Eu me sinto o filho bastardo do samba. Quando eu gravo um samba eu tento sempre perverter o samba. Em "Faixa de Gaza", eu boto um violão de sete cordas com uma guitarra. O papo de conceito é uma porcaria. O que proponho é o conteúdo.

G1 - Quando você diz conceito, está falando da roupa, do visual e das panelinhas com as quais certos artistas novos se envolvem?
Vercillo -
Exatamente isso. No Rio e em São Paulo, existe uma aura de falar do "conceito do fulano". Ele se veste de uma maneira, é filho de não sei quem, anda com não sei quem, alguém falou bem dele. Mas e o conteúdo? É bom ou não é? O mais importante é o conteúdo. O Ed Motta falou algo que é fantástico: "vivam os pagodes, porque têm melodias bacanas". Há grupos de rock com três acordes que os outros acham geniais. Não vai me vender que isso é o ouro, é o melhor e mais moderno. Moderno é o Stevie Wonder.

G1 - Gostou do show dele no Rock in Rio?
Vercillo - Gostei, ainda mais com tantas atrações bacanas. Teve muita banda de rock legal. Senti falta de Nickelback. Eu tive muito contato através da internet com eles. Não é um estilo que eu sou especialista. Não sei dizer porque eu gosto. A terceira dimensão é um plano relativo. Nada do que você falar vai ser absoluto. Mas existe o rock como Yes, The Police. O rock não precisa ser pobre em densidade melódica e harmônica.

G1 - Sei do seu interesse por ufologia. Já viu algum ET ou disco voador?
Vercillo - Vi várias aparições nos últimos meses de luzes na minha casa. Há anos olho para o céu e nunca via nada. Para mim, o sentir é mais importante do que ver. Tem que buscar a história da raça humana, buscar a física quântica, que está sendo comprovada na comunidade científica mundial. A nossa consciência interfere na realidade. Quem tem uma consciência, um astral mais otimista, vive uma realidade mais positiva. Isso está sendo provado através da ciência. Não só a física quântica, mas a teosofia. Não só eu vi, pessoas que riram falando que eu estava doidão e que eu tinha fumado também viram. Mas eu não bebo e não tomo droga nenhuma. Acho bacana falar sobre isso porque a maioria das pessoas vive uma realidade calcada na matéria. Quando você vê alguém, você vê a luz refletida na matéria da pessoa.

sábado, 19 de novembro de 2011

Revista Mensch: Jorge Vercillo - Como Diria Blavatsky

ENTREVISTA: Jorge Vercillo, com novo disco e novas decobertas

Com mais de 1,5 milhão de CD´s e DVDs vendidos em mais de 15 anos de carreira, o cantor Jorge Vercillo, volta às paradas e inicia uma nova fase na sua carreira com seu novo CD, "Como Diria Blavatsky". Dessa vez seu novo álbum chega pelo seu próprio selo, Leve, distribuído pela Posto 9/MicroService. Uma referência musical como compositor e cantor, Vercillo se diz está em eterna evolução, tanto como cantor como ser humano. Vercillo que já pensou em ser jogador de futebol, paralelamente cantava por bares cariocas aos 15 anos de idade incentivado por uma tia. Depois de participar de alguns festivais musicais, foi entre 1989 e 1990 que Vercillo foi à Curaçao representar o Brasil em mais um festival, o que terminou atraindo atenção de produtores até que finalmente em 1993 gravou seu primeiro disco, “Encontro das Águas”. Suas músicas caíram no gosto não só do público, como também da Rede Globo que em várias novelas contaram com a participação de diversas músicas suas. Hoje, com selo próprio e uma brilhante carreira que já soma 9 CDs, 3 DVDs e alguns prêmios como 3 Discos de Ouro e 2 indicações ao Grammy Latino, Vercillo iniciou uma nova turnê pelo Brasil e nesse meio tempo conversou com a MENSCH. O resultado você confere nessa gratificante entrevista.
Alguma vez já pensou em como estaria sua vida hoje se não tivesse se afastado do futebol? Pois é né... Pensei em ser jogador de futebol. Hoje não consigo me imaginar fazendo outra coisa se não cantar.
Você começou como a grande maioria dos cantores, nos bares, a diferença é que você só tinha 15 anos! Como conseguia ter acesso aos bares sendo praticamente uma criança? Comecei acompanhando uma tia minha, e aos 15 anos comecei a tocar em bares da noite carioca. Era divertido, eu fazia o que gostava e ainda ganhava algum. E o público sempre me recebia muito bem.

Você já passou por grandes gravadores e também já lançou CDs de forma independente. Quais as vantagens e desvantagens em gravar de forma independente e por gravadora? Logo que comecei, no meu terceiro disco, foi de forma independente. E fui muito feliz na experiência. Agora estamos com uma estrutura muito boa, o que me permite ter a mesma qualidade só que com mais liberdade. Sou muito grato à Sony e a EMI por tudo que fizemos, mas estou iniciando uma nova fase. Sinto que, com meu próprio selo, posso trabalhar melhor.

Você é tão romântico quanto suas composições? Não acho minhas composições tão românticas assim, elas falam de diversos assuntos, falam da vida. Meu estilo é MPB. Sou um cara sensível, e isso passa nas minhas canções. Hoje tenho a maturidade para entender que posso ser emocional e popular em alguns momentos.
 Além de cantor você é compositor. Quem você gostaria que desse voz a uma composição sua? Vários cantores já participaram de canções minhas e já gravaram em meus CDs... Mas no momento acho que seria Gal Costa bem gratificante.

O que a música pode fazer pelo bem dos menos favorecidos?Eu acho que independente de ser favorecido ou não, a música tem o poder de transformar o ser humano. A arte é assim. Tem o poder de modificar. Já vi pessoas simples que ouviram clássicos e ficaram maravilhadas. Isso não é um dogma, mas uma dádiva.

A pergunta é meio clichê, mas todo mundo sempre tem curiosidade de saber como acontece a inspiração para um música. Como é? Não tem uma regra. Às vezes uma idéia surge na cabeça e corro para construir aquilo que me veio à mente. Às vezes parte de um sonho que tive, uma vivência, uma experiência de alguém.


Cada Cd, DVD é único e traz consigo momentos especiais, mas se você tivesse de eleger um único CD ou DVD como sua melhor obra, qual seria?Cada trabalho é uma continuidade do outro. É algo bem relativo e particular. Algumas músicas podem atingir melhor uma pessoa que outra em diferentes momentos. Por isso não tem como eleger um trabalho melhor que outro, entende?
O que ficou no cantor da formação de jornalista? Eu tenho uma visão mais crítica do mundo. Não aceito apenas o que mostram como sendo uma verdade, procuro o que tem por trás daquela notícia.
Seu mais novo trabalho "Como diria Blavatsky", de onde veio a idéia pro título? É um título inspirado numa obra de Helena Blavatsky, filósofa russa que fundou a moderna teosofia. Aonde o termo vem de duas palavras gregas: "Theos" ("Deus") e "Sophos" ("Sabedoria"). A teosofia é uma forma de se aprofundar na espiritualidade, mas fora dos dogmas de uma religião organizada. E tem tudo a ver com esse meu momento.
O que esse novo CD traz de especial? Como você o analisa?Ele tem uma mistura maior de ritmos. Tem 3 sambas, tem 3 com pegadas mais rock, que de certa forma é uma raridade nos meus trabalhos.
Como você vê o panorama musical nacional hoje em dia? Estão faltando renovação, novas revelações? Não. Pelo contrário, tem muita gente nova aí. Fico torcendo para o mercado abrir mais espaço para novos talento. O Brasil é muito rico de talentos. Esse é o grande diferencial da musicalidade aqui.
Que música toca no seu carro?
Ultimamente estou ouvindo muito o novo disco de Chico Buarque.

Que qualidades você procura preservar como músico e como homem? Tudo que tenho estudado sobre filosofia, os princípios básicos da relação com o outro. O real sentido de ser humano, entender e respeitar o próximo. E isso independe de religião. Ser uma pessoa melhor, ser um homem de caráter. Isso vale para o músico e o a pessoa que sou.




Fotos: Leonardo Aversa
Agradecimento: Ana Paula Romeiro


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Com Dira Blavatsky / Maré Duradoura





















03.11.2011 | 10:30
MARÉ DURADOURA
Ricardo Schott
Fonte: http://www.laboratoriopop.com.br

"Não vejo como sendo comum as pessoas fazendo piadas comigo. Pelo contrário, vejo as pessoas respeitando meu trabalho". As brincadeiras que o programa Cilada fez com Jorge Vercillo - e que culminaram no convite para que o cantor estivesse em pessoa há três anos na edição de 40 episódios do programa, aceito na hora - nunca foram vistas de forma pejorativa por ele, que lança o CD Como diria Blavatsky e volta à independência, após anos de relacionamento com gravadoras como Warner, Sony e EMI.
"O Cilada é uma grande brincadeira, um programa legal pra caramba, do qual adorei participar. Se o Bruno Mazzeo não gostasse de mim, iria brincar com outros artistas. Aquilo dá uma promoção enorme. O personagem dele não gosta do Jorge Vercillo porque é um cara chato, mesmo. É aquele cara estereotipado, ele está estereotipando essa pessoa", afirma o cantor, que não conhecia o programa ao ser convidado. "Ele me ligou e me contou o contexto. Comecei a assistir, morri de rir e fui lá".


O fato de, em muitos momentos, encarar críticas negativas a seu trabalho - geralmente classificado como imitação de Djavan em várias resenhas - o faz acreditar que está sendo estigmatizado. "Mas fazem isso com todo artista de MPB que consegue sair desse nicho. Também não posso acreditar que sou vítima do mundo. Vejo a falta de tempo para ouvir um disco - mas ouvir de verdade, não ouvir passando rápido porque há mais discos na fila. Quem gosta de um som mais sofisticado harmonicamente, gosta do meu trabalho", afirma, citando nomes de colegas como Marcos Valle, Ed Motta e Ivan Lins, que lembra referirem-se à sua música. " aí, toco nas rádios adultas, em temas de novelas, loto espaços. A vida é muito generosa comigo, não tenho do que reclamar. Acho curiosa a estigmatização, mas não me abala mais".


Hora de falar do novo disco, Como diria Blavatsky. Realmente, um álbum diversificado, que vai de uma faixa-título que ele considera "intimista e camerística" ao som herdado de Billie Jean, sucesso de Michael Jackson, em Me leve a sério ("eu e meu filho adoramos o som dele", diz). Tem um lado brasileiro muito forte, dado pelos sambas presentes. E ainda aponta para a diversificação ao trazer o hit Sensível demais, uma canção que já foi gravada por dois nomes díspares: Maria Bethânia e a dupla Christian & Ralf. "Quero fazer uso desses elementos com minha personalidade. Não me interessa fazer um disco só de valsa ou só de bossa nova", afirma.

O conceito do álbum passa por temas como "união" e fala, na música-título, dos pensamentos da escritora e teóloga russa Helena Blavatsky (1831-1891), co-fundadora da Sociedade Teosófica, organização à qual geralmente é atribuída uma maior aproximação da ciência com a religião. Curiosidade e coincidência: a internet está loteada de sites que se propõem a relacionar artistas pop com sociedades secretas, como os Illuminati (nomes como Lady Gaga e Beyoncé, por exemplo, ganham quase diariamente interpretações como essas), e o tema vem sendo discutido por muita gente séria. 


"Conheço (os Illuminati), sim. Dou uma olhada às vezes no que sai. Nem acho que sociedades secretas sejam um pensamento moderno. O que é mais moderno para mim é a palavra compartilhar. Mas compartilhar conceitos, não aquela coisa de pegar patrimônio alheio e colocar na internet", afirma Vercilo, que hoje tem uma estrutura para cuidar apenas de sua carreira, no selo Posto 9, do qual é um dos dois únicos contratados (o outro é o Kid Abelha). "Não me sentia deixado de lado pelas gravadoras, mas sentia uma atrofia. Não havia interesse de divulgar nada. O único retorno que a gravadora tem é de vendas de discos. No meu caso, tenho retorno de direito autoral, retorno artístico. As gravadoras estão perdendo o poderio de estrutura, pagam uma carga altísssima de impostos. A pirataria tem que ser coibida com uma prática de download pago. Quem baixa música na internet, o faz por não ter outra opção".


A tal busca de Vercilo pelo conhecimento ganha ampliação na balada Eu quero a verdade. Em entrevistas, ele vem revelando que a canção quase se chamou Wikileaks, em referência à organização que vaza informações confidenciais. "Ela contesta uma relação pessoal do ser humano. Contesta o governo, as informações que passam para a gente. A gente é muito ludibriado". Vercillo acredita que até mesmo  a imagem que o mundo tem hoje do povo americano está errada. "É raro você ver um americano com uma noção boa de geografia, mas essa falta de conhecimento é incentivada. É um povo bom, são pessoas boas, criativas, mas desde  a invasão do Iraque, todos ficaram com uma imagem nociva deles. É o povo mais manipulado do mundo. Isso se deve aos governantes, que precisam sempre do lucro exacerbado da indústria bélica. Fomentam guerras, poem medo na cabeça das pessoas", crê.

Vercillo nega que tenha feito a nova música Faixa de Gaza para o público que o vaiou durante uma participação num show de Jorge Mautner e diz que a canção é endereçada a "algumas pessoas do mercado cultural e musical, como alguns editores de cadernos de jornais. São pessoas que estão num lugar muito importante para decidir quem aparece ou não, e que não têm base musical ou poética. Como produtores de TV que gostam de cinco ou seis bandinhas de rock inglesas e veem o mundo só por aí", queixa-se. 


Foto: Divulgação/Leonardo Aversa

Como Diria Blavtsky +

Jorge Vercillo: “a arte é um trabalho de intuição”

Fonte: http://www.correiodopovo.com.br

Postado por danielsoares em 18 de novembro de 2011
 
Foto: Leonardo Aversa

O cantor e compositor carioca Jorge Vercillo está de disco novo e também vivendo um novo momento em sua carreira.  “Como diria Blavatsky” bem poderia ser o nome de um livro, mas batiza o seu 11º álbum, que também marca seu retorno à produção independente e que está saindo pelo seu selo, o Leve. O nome do disco veio de seu aprofundamento na obra da russa Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), fundadora da Sociedade Teosófica, que propõe um olhar científico sobre as questões existenciais e espirituais, independente da orientação religiosa. “Eu queria que tivesse esse peso, como um nome de um livro”, diz o compositor, algo para “nivelar a conversa”. “Na verdade, a minha música, desde sempre, me conecta com as consciências externas, e quando você começa a estudar, percebe que essa consciência, de alguma forma, interage na realidade”, diz Vercillo que completa falando que esse questionamento (e o álbum tem esse caráter questionador em muitas das faixas) não veio de um “estalo”, mas sim de forma gradativa, inclusive desde o seu primeiro disco. “A arte é um trabalho de intuição”, complementa. É também, e Vercillo gosta de ressaltar isso, seu primeiro disco com três sambas e três rocks.
 
Completamente autoral e trazendo novas parcerias com Dudu Falcão, João Bani e até com a esposa Gabriela, o álbum tem o frescor das tardes cariocas, do cheiro de mar e do vento, elementos que são recorrentes na composição de Vercillo. O vento, alías, é quem abre o trabalho em “Ventou, Ventou” que termina com uma deliciosa referência latina. Na sequência, “Acendeu” foi dedicada ao arquipélago de Fernando de Noronha e “a todas formas de vida nele”. E aí entra um pouco do carater conceitual do disco, quando Vercillo personaliza a ilha, lhe dando identidade e “consciência”. Quando lhe digo que a água é um elemento constante na sua obra, logo rebate: “Não é só a água, eu tenho uma ligação é com o planeta inteiro”, o que se complementa pela faixa-título. Em “Me Leve a Sério”, muito suingue e baixo a la “Billie Jean”, de Michael Jackson e primorosa guitarra de Bernando Bosísio. “É como se fosse uma resposta à música de Michael, que negava a paternidade”.
Mas a faixa que bem resume esse ‘conceito’ do álbum, de um trabalho de questionamento, é “Eu Quero a Verdade”. Vercillo diz que a música iria se chamar “Weakleaks”. Nela, o questionador Vercillo coloca em pauta o amor, a fidelidade, a violência no seu Rio de Janeiro, a “apatia de ver a Amazônia acabar”. Esse tom retorna em “Rio Delírio”. Antes, “Invictor”, um samba balanceado feito para o filho mais novo, Victor. “Ele não gostou muito da música não”, confessa Vercillo. Já em “Sensível Demais”, primeira música de trabalho do disco, uma história bastante curiosa. Vercillo não se lembrava que essa música era sua. “No ano passado, estava numa rádio do interior paulista e o radialista, enquanto conversávamos, colocou algumas músicas minhas de fundo. De repente ele me questionou porque eu tinha me tornado cult demais, tocando em rádios mais sofisticadas, coisas assim. E que eu podia regravar, por exemplo, essa. Me desliguei totalmente da conversa e comecei a prestar atenção na música ‘Sensível Demais’, não lembrava que era minha. A música ficou famosa na voz de Christian & Ralf e depois com Maria Bethânia. Resolvi gravar então né?”.
Mesmo sem admitir que se trata de um recado a alguém, “Faixa de Gaza” chega em tom de desabafo. “É mais para aqueles que acham que podem ditar o que se ouvir. Que acham que meia dúzia de bandas inglesas do momento são melhores que qualquer outra coisa, ou que o samba tem dono. É nesse espírito. Eu trabalho com a diversidade, eu busco a diversidade. Por isso posso hoje cantar com Chico Buarque e amanhã com Buchecha (e ele fez isso em Porto Alegre há poucos dias, onde também cantou com Serginho Moah, do Papas da Língua)”.Nesse momento lhe pergunto sobre o que anda ouvindo e a resposta vem em dois nomes: Chico Buarque e a banda canadense Nickelback.
Fechando o trabalho está “Memória do Prazer”, a parceria com a mulher Gabriela, canção romântica, uma autêntica “vercilliana”. O disco também traz uma novidade. No encarte, um cartão com uma senha dá acesso a um conteúdo exclusivo no site www.jorgevercillo.com.br, como videos de making off da gravação e faixas para download.
“Acho que esse trabalho fecha uma trilogia iniciada com ‘Todos Nós Somos Um’ e ‘DNA’, diz Vercillo que, ainda na sua onda questionadora, diz que “vivemos num mundo relativo. Nada é absoluto. Estamos condenados à evolução”.

Jorge Vercillo Nas Ondas da Ro Ro

Ouçam: http://www.radio.uol.com.br/#/programa/nas-ondas-da-ro-ro/edicao/12274441


E mais, Jorge Vercillo e Ro Ro no Camarim:


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Entrevista com Jorge Vercillo - RS







Artista lança álbum inspirado em escritora russa Helena Petrowski Blavatsky.
Raquel Reckziegel/Da Redação - 17/11/2011 - 09:36

Novo Hamburgo - Sempre foi um desejo de Jorge Vercillo fazer um CD que tivesse um título relacionado a um livro e, com seu último álbum, a vontade se realizou. O artista, que está na estrada há mais de 15 anos, lançou o disco Como Diria Blavatsky, inspirado na escritora russa Helena Petrowski Blavatsky. Segundo
Vercillo, o CD, com 12 canções, acabou caracterizando-se como um trabalho temático sobre busca pessoal. "Muita gente tem uma fase de mundo de busca interior e ela [Helena] escreve sobre isso, sobre teosofia. Tem a ver com isso: espiritualidade sem religião", conta.

O álbum conta com canções que remetem à natureza e que questionam determinados
aspectos da sociedade. Com versos como "Explica a nossa apatia ao ver a Amazônia inteira acabar...", Como Diria Blavatsky reúne mais do que uma junção de notas musicais: é uma crítica social a temas como o conceito de posse e a hipocrisia. Para falar sobre a produção, Vercillo deu um pulo na redação do Bah! munido com um violão e muita história para contar. Confere aí:

Bah! - De onde veio, exatamente, o nome do teu novo CD?
Jorge Vercillo - É inspirado em uma escritora russa, Helena Petrowski, que dá, também, o nome à canção Como Diria Blavatsky. Sempre quis ter um CD que tivesse título de livro.

Bah! - Em que te inspirastes para compor essas novas canções?
Jorge - As músicas tratam de uma busca pessoal. Acabou ficando um álbum temático, foi acontecendo. Trata da evolução da consciência. Rio Delírio, por
exemplo, fala dos caminhos da humanidade, antes e pós-socialismo, guerra civil... Fala um pouco da violência do tráfico, também. A linguagem musical é
bem diversa: samba, jazz, bossa nova e até balada rock, como Me Leva a Sério.
Tem também pop rock dançante...

Bah! - Como definirias esse álbum?
Jorge - Ele foi um mergulho mais profundo na relação com o público. Talvez quem olhe de fora não entenda, mas, como artista, cumpro essa função importante de inspirar as pessoas com a música. As canções são o espelho do que vivo e podem ser o espelho do mundo.

Bah! - Já começastes a turnê de Como Diria Blavatsky?
Jorge - Estreei com um show no Rio no dia 29 de outubro. Foi bem legal. Também participei do DVD do Buchecha, que foi um mix de estilos diferentes, bem bacana.

Bah! - Gostas de fazer essa mistura?
Jorge - Sim, arte e música conseguem juntar coisas como credos, pessoas, religiões diferentes. É muito bom. Passei por elevações musicais diferentes durante minha carreira e quero viajar com essa turnê pelo país.

Bah! - Rola um show aqui pelo Rio Grande do Sul?
Jorge - Sim, quero vir para Porto Alegre no ano que vem. Deve acontecer no primeiro semestre.

Bah! - Para finalizar, muitos jovens têm vontade de criar uma banda ou seguir
no ramo da música. Qual o conselho que podes dar para essa galera?
Jorge - Aconselho que, acima da fama, desse encantamento que ela traz, que tenham amor pela música. Ajuda nos momentos difíceis. A gente evolui como compositor, como músico. Música é muito bom, equilibra as energias. Começou como um hobby e depois vi que poderia trabalhar com isso.

Foto: divulgação