ENTREVISTA: Jorge Vercillo, com novo disco e novas decobertas
Com mais de 1,5 milhão de CD´s e DVDs vendidos em mais de 15 anos de carreira, o cantor Jorge Vercillo,
volta às paradas e inicia uma nova fase na sua carreira com seu novo
CD, "Como Diria Blavatsky". Dessa vez seu novo álbum chega pelo seu
próprio selo, Leve, distribuído pela Posto 9/MicroService. Uma
referência musical como compositor e cantor, Vercillo se diz está em
eterna evolução, tanto como cantor como ser humano. Vercillo que já
pensou em ser jogador de futebol, paralelamente cantava por bares
cariocas aos 15 anos de idade incentivado por uma tia. Depois de
participar de alguns festivais musicais, foi entre 1989 e 1990 que
Vercillo foi à Curaçao representar o Brasil em mais um festival, o que
terminou atraindo atenção de produtores até que finalmente em 1993
gravou seu primeiro disco, “Encontro das Águas”. Suas músicas caíram no
gosto não só do público, como também da Rede Globo que em várias
novelas contaram com a participação de diversas músicas suas. Hoje, com
selo próprio e uma brilhante carreira que já soma 9 CDs, 3 DVDs e
alguns prêmios como 3 Discos de Ouro e 2 indicações ao Grammy Latino,
Vercillo iniciou uma nova turnê pelo Brasil e nesse meio tempo
conversou com a MENSCH. O resultado você confere nessa gratificante
entrevista.
Alguma vez já pensou em como estaria sua vida hoje se não tivesse se afastado do futebol? Pois é né... Pensei em ser jogador de futebol. Hoje não consigo me imaginar fazendo outra coisa se não cantar.
Você começou
como a grande maioria dos cantores, nos bares, a diferença é que você
só tinha 15 anos! Como conseguia ter acesso aos bares sendo
praticamente uma criança? Comecei acompanhando uma tia minha, e
aos 15 anos comecei a tocar em bares da noite carioca. Era divertido,
eu fazia o que gostava e ainda ganhava algum. E o público sempre me
recebia muito bem.
Você
já passou por grandes gravadores e também já lançou CDs de forma
independente. Quais as vantagens e desvantagens em gravar de forma
independente e por gravadora? Logo que comecei, no meu
terceiro disco, foi de forma independente. E fui muito feliz na
experiência. Agora estamos com uma estrutura muito boa, o que me
permite ter a mesma qualidade só que com mais liberdade. Sou muito
grato à Sony e a EMI por tudo que fizemos, mas estou iniciando uma nova
fase. Sinto que, com meu próprio selo, posso trabalhar melhor.
Você é tão romântico quanto suas composições? Não acho minhas composições tão românticas assim, elas falam de diversos assuntos, falam da vida. Meu estilo é MPB. Sou um cara sensível, e isso passa nas minhas canções. Hoje tenho a maturidade para entender que posso ser emocional e popular em alguns momentos.
Além de cantor você é compositor. Quem você gostaria que desse voz a uma composição sua? Vários
cantores já participaram de canções minhas e já gravaram em meus
CDs... Mas no momento acho que seria Gal Costa bem gratificante.
O que a música pode fazer pelo bem dos menos favorecidos?Eu
acho que independente de ser favorecido ou não, a música tem o poder
de transformar o ser humano. A arte é assim. Tem o poder de modificar.
Já vi pessoas simples que ouviram clássicos e ficaram maravilhadas. Isso
não é um dogma, mas uma dádiva.
A pergunta é meio clichê, mas todo mundo sempre tem curiosidade de saber como acontece a inspiração para um música. Como é? Não
tem uma regra. Às vezes uma idéia surge na cabeça e corro para
construir aquilo que me veio à mente. Às vezes parte de um sonho que
tive, uma vivência, uma experiência de alguém.
Cada Cd, DVD é único e traz consigo momentos especiais, mas se você tivesse de eleger um único CD ou DVD como sua melhor obra, qual seria?Cada trabalho é uma continuidade do outro. É algo bem relativo e particular. Algumas músicas podem atingir melhor uma pessoa que outra em diferentes momentos. Por isso não tem como eleger um trabalho melhor que outro, entende?
Cada Cd, DVD é único e traz consigo momentos especiais, mas se você tivesse de eleger um único CD ou DVD como sua melhor obra, qual seria?Cada trabalho é uma continuidade do outro. É algo bem relativo e particular. Algumas músicas podem atingir melhor uma pessoa que outra em diferentes momentos. Por isso não tem como eleger um trabalho melhor que outro, entende?
O que ficou no cantor da formação de jornalista? Eu
tenho uma visão mais crítica do mundo. Não aceito apenas o que mostram
como sendo uma verdade, procuro o que tem por trás daquela notícia.
Seu mais novo trabalho "Como diria Blavatsky", de onde veio a idéia pro título? É
um título inspirado numa obra de Helena Blavatsky, filósofa russa que
fundou a moderna teosofia. Aonde o termo vem de duas palavras gregas:
"Theos" ("Deus") e "Sophos" ("Sabedoria"). A teosofia é uma forma de se
aprofundar na espiritualidade, mas fora dos dogmas de uma religião
organizada. E tem tudo a ver com esse meu momento.
O que esse novo CD traz de especial? Como você o analisa?Ele
tem uma mistura maior de ritmos. Tem 3 sambas, tem 3 com pegadas mais
rock, que de certa forma é uma raridade nos meus trabalhos.
Como você vê o panorama musical nacional hoje em dia? Estão faltando renovação, novas revelações? Não.
Pelo contrário, tem muita gente nova aí. Fico torcendo para o mercado
abrir mais espaço para novos talento. O Brasil é muito rico de
talentos. Esse é o grande diferencial da musicalidade aqui.
Que música toca no seu carro?
Ultimamente estou ouvindo muito o novo disco de Chico Buarque.
Ultimamente estou ouvindo muito o novo disco de Chico Buarque.
Que qualidades você procura preservar como músico e como homem? Tudo
que tenho estudado sobre filosofia, os princípios básicos da relação
com o outro. O real sentido de ser humano, entender e respeitar o
próximo. E isso independe de religião. Ser uma pessoa melhor, ser um
homem de caráter. Isso vale para o músico e o a pessoa que sou.
Fotos: Leonardo Aversa
Agradecimento: Ana Paula Romeiro
Site oficial: www.jorgevercillo.com.br
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