Por Daniel Vaughan, do R7
Foto: Reprodução/Site Oficial
"Todo artista de MPB que cresce e acaba passando desse nicho, sofre uma certa inveja", diz Jorge Vercillo
Jorge Vercillo está lançando o novo CD, Como Diria Blavatsky,
por meio de seu próprio selo, Leve. Em fase independente, o álbum foi
gravado em um estúdio confortavelmente instalado na casa do compositor.
Já o título enigmático presta tributo à escritora, que no final do
século XIX, popularizou a teosofia no mundo moderno.
- Sempre quis ter um CD com nome de livro, daí calhou de ter esse. É a
primeira pessoa do ocidente a fazer um trabalho sério querendo se
aprofundar na espiritualidade, sem estar atrelada a nenhuma religião.
Isso permeia muito meus estudos. E o disco é um pouco temático, com
assuntos envolvendo humanidade e civilização.
Porém, mesmo que o álbum pareça soar um pouco zen, com faixas em homenagem à natureza (Acendeu e Ventou-Ventou), ou mesmo à capital carioca (Rio Delírio), um certo samba acende uma inesperada polêmica.
Faixa de Gaza é inspirada em uma noite na casa de
espetáculos Circo Voador (Lapa carioca), quando Vercillo foi alvo de
vaias ao fazer uma participação no show de Jorge Mautner.
- Na verdade, três jovens bêbados fizeram barulho quando eu entrei no
show. Na hora, eu nem reparei. Fiquei sabendo por uma crônica no jornal
e gostei do jornalista ter “colocado o dedo na ferida”. Daí, resolvi
fazer uma música sobre esse preconceito musical. Mas não estou atacando
esses jovens em especial, porque o público pode não gostar do que for.
Para o cantor, os críticos musicais indies são preconceituosos com o produto brasileiro.
Faixa de Gaza é uma resposta para esse mercado cultural, com
pessoas que gostam de umas bandinhas inglesas de rock e se acham
profundos conhecedores de música. Os caras acabam ocupando um espaço de
destaque em jornais ou na TV. Isso acaba prejudicando a cultura
brasileira, porque eles não têm embasamento musical. Eles falam os
maiores absurdos... (os críticos)
Além disso, Vercillo, que tem hits em novelas e rádios FM, também destaca que seus “inimigos” não gostam de cantores populares.
- Todo artista de MPB que cresce e acaba passando desse nicho, sofre
uma certa inveja, um recalque. Para eles, talvez, o artista tenha que
ser um cara underground. Mas todo mundo quer ver sua obra na boca das
pessoas. Quer ser reconhecido.
Jorge Vercillo estreia o show do novo CD neste sábado (29), no Citibank Hall, no Rio de Janeiro.
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