Som de outro mundo
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
Jorge Vercillo não acredita que o homem é deste planeta. Não é frase de efeito para marcar o caráter dos humanos perante os demais seres que habitam a Terra. O compositor carioca se apoia cada vez mais na ufologia e no que chama de ciências mais avançadas para explicar esta fase, que culmina no lançamento do novo álbum, DNA. No dia 30, Vercillo lança o disco em solo paulistano, com show na Via Funchal.
"Nossa origem não é daqui. E não descobri isso de uma outra para outra. Nós não temos um vínculo natural com este lugar. Somos os únicos que precisamos de tecnologia para nos adaptar. Para nós é fácil desmatar, asfaltar...", exemplifica, para logo emendar. "Esta é a minha verdade. Mas não quero fazer a cabeça das pessoas. Esse tipo de coisa é a pior da religião. Procuro viver isso com as coisas que me emocionam, que me inspiram", resume.
As 13 faixas refletem, por vezes de maneira discreta este momento. Verdade Oculta, porém, explicita essas reflexões. "Se um ET e um avatar/Nos juntaram para a gente se amar/Onde anjos querubins/Te pediram pra cuidar de mim/Tudo em Deus tem seu lugar", diz o refrão. Na apresentação desta que é sua estreia na Sony Music, o compositor diz estar entretido com "novas visões de mundo, cosmologia, filosofia, física quântica, holística e ufologia". Na letra de Verdade Oculta também há espaço para a citação de orixás, Buda e até o Alcorão. Puro sincretismo.
Por constar da variedade de elementos que as letras contêm, Vercillo achou por bem produzir pequenos glossários explicando cada termo. "São expressões iniciáticas. E como tenho fãs dos 7 aos 60 anos, achei por bem explicar tudo", diz o compositor, que escreveu também comentários faixa a faixa sobre como as letras, melodias e parcerias surgiram no decorrer do processo criativo. "É uma maneira de ficar bem próximo ao público", afirma.
As melodias também trazem um flerte com sonoridades africanas e latinas. Quando Eu Crescer, por exemplo, foi gravada parcialmente na Angola e tem trechos em kimbundo (uma das línguas bantus faladas no país). "Os direitos autorais vão para um projeto de alfabetização das crianças de lá", diz, orgulhoso.
Vercillo contou com parcerias de peso para o álbum: além dos compositores Filó Machado e Dudu Falcão, a mulher do compositor, Gabriela Vercillo, estreou como compositora em "Memória do Praze"r, em que ajudou nas letras. "Ela estava por perto enquanto eu compunha e me ajudou bastante com a letra. E não tive como encarar isso como mera ajuda". Outro motivo de orgulho é a participação de Milton Nascimento no dueto "Há de Ser", que abre o disco.
Jorge Vercillo - Show. Dia 30, às 20h. Na Via Funchal - Rua Funchal, 65, São Paulo. Informações: 2144-5444 Ingr.: de R$ 70 a R$ 150.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/
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